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MANTRA
- Detalhes
- Publicado em Terça, 31 Maio 2022 11:19
- Escrito por GILBERTO BRANDÃO MARCON
Toque, afeto maternal da Mãe-Natureza.
Integrado a si para integrar-se aos outros.
Mina d’água,
Riacho abençoado de águas serenas.
Batismo com a paz
Que vibra com som tranquilizador.
Abandona-se o tempo cotidiano
Para divagar no tempo eterno.
Hoje os sonhos são leves
Como ave a brincar
Nas correntes de vento.
Existe em meio a tudo
Uma música oculta no ambiente.
E o coração bate feliz acompanhando
Esses sons oníricos.
Mimetiza-se a ave que parece
ter prazer em bater suas asas.
Aonde pode chegar o corpo,
que a alma não possa chegar mais longe?
O espírito não precisa de passaporte,
passagem ou bagagem,
Vai sem compromisso
Como o fazem os aventureiros.
E ao mesmo tempo é responsável
Como só sabem ser os anjos.
Deixa o olhar se deliciar
Pelo quadro do horizonte.
Vê que mesmo onde
se supõe haver limites
A alma pode encontrar o infinito.
Não deseja chorar,
Mas os olhos estão untados de lágrimas.
Emoção diferente,
Uma mistura de saudosa infância
Com precoce velhice.
Existe algo de puro,
Um quê de leveza
Que o faz todo despojado.
E por isso, neste momento,
Não se preocupa com o ter.
Está tão repleto de tudo
Que se sente consolado e tranquilo.
Ali encontra o gozo das virtudes da alma.
E todos os prazeres do corpo
Nesse instante parecem pequenos.
É um corpo alado que voa muito ao longe.
Um mesmo ser de tantas facetas,
Um mesmo espaço
Abrigando tantos outros.
Fantasia ou realidade?
Imaginação ou simples intuição?
Sabe-se lá... E se pergunta:
“por que haveria de querer saber?”.
Viver a paz presume
Antecipar-se ao momento futuro,
E conhecê-la.
O cérebro fica vazio de pensamentos,
Fixa o olhar,
Transforma-se num tranquilo observador.
O coração agora já pulsa vadio no peito,
Descansa em paz.
E de repente,
Ao perceber que tudo isso foi possível,
Num impulso ajoelha-se
E beija o solo como se fosse sagrado,
Como se fosse
As suaves mãos da Mãe-Natureza.