O engenheiro Ivo Herzog enviou uma carta ao Ministério das Relações Exteriores sobre o memorando da CIA que revelou novas informações sobre a ditadura. A carta de Ivo Herzog, divulgada na sexta-feira, foi motivada pela informações reveladas recentemente pela CIA sobre a morte de prisioneiros políticos durante o período da ditadura militar, na presidência de Ernesto Geisel (1974-1979).
“A família Herzog vem a Vossa Senhoria solicitar manifestação do Ministério das Relações Exteriores solicitando ao governo norte-americano a liberação completa dos registros realizados pela Agência Central de Inteligência [CIA] que documentam a participação de agentes do Estado brasileiro em operações para torturarem ou assassinarem cidadãos brasileiros”, diz a carta, endereçada ao chanceler Aloysio Nunes.
O jornalista Vladimir Herzog foi morto em 1975 pelos militares sob tortura após ser preso no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI/CODI). As autoridades brasileiras forjaram uma foto do jornalista para alegar que ele havia cometido suicídio.
De acordo com omemorando secreto da CIA, tornado público pelo Departamento de Estado dos EUA, o general Ernesto Geisel, presidente do Brasil entre 1974 e 1979, autorizou a política de execuções contra os que se opunham à Ditadura Militar.
O memorando de 11 de abril de 1974, assinado pelo então diretor da CIA Willian Colby e endereçado ao secretário de Estado Henry Kissinger, afirma que Geisel orientou o então chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI), João Figueiredo (também presidente entre 1979 e 1985), que as execuções deveriam continuar, informou Agência Brasil.
(Publicado originalmente emSputnik)