Na busca constante da valorização do papel da mulher no ambiente jurídico, a atual gestão da Seção São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB SP), sob a presidência de Marcos da Costa , oficiou junto ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP) a proposta de entronização de um busto feminino no ambiente da Corte, que é tomado pela presença masculina entre os homenageados. No próximo dia24 de setembro, às 17 horas, esse período se encerrará após a cerimônia de entronização do busto da advogada e educadora Maria Augusta Saraiva (1879/1961). Espalhados pelo Palácio da Justiça, na Praça da Sé, há 16 bustos, todos de homens entre magistrados e membros do Ministério Público.
Na virada do século XX, ela rompeu barreiras impostas ao sexo feminino. Maria Augusta Saraiva nasceu a31 de janeirode 1879 e foi a primeira mulher a ingressar na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, formando-se em 1902. Destacou-se já durante os estudos e, por tal desempenho, foi contemplada com uma viagem à Europa. Logo depois de diplomada, trabalhou no escritório dos advogados José Joaquim Saraiva Júnior, seu irmão, e Francisco de Castro Júnior. Estreou no Tribunal do Júri em11 de julhodo mesmo ano de formação, com vitória na causa que defendia. Por seu desempenho no correr da carreira não só na advocacia como no magistério, ao qual veio se dedicar intensamente, ela foi nomeada Consultora Jurídica do Estado, uma espécie de cargo de honra por sua ousadia para a época. Morreu em28 de setembrode 1961.
A Secional São Paulo da Ordem dá o nome da advogada ao prêmio sobre monografias, organizado pela Comissão da Mulher Advogada e entregue aos profissionais que se destacam no meio jurídico. No período de 1998 a 2014, foram 10 premiações na categoria.