Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo
Um ano e cinco meses depois do decreto que estabeleceu a quarentena em São Paulo com o início da pandemia da Covid, caem nesta terça-feira (17) todas as restrições ao funcionamento de serviços e comércios no estado. Estabelecimentos comerciais não terão mais limitações de horário nem de ocupação.
Também estão liberados eventos sociais, culturais e feiras corporativas, embora estes com controle de público. Em todos os casos, porém, o uso de máscara continua obrigatório. Recomendações de distanciamento social e protocolos de higiene também seguem sendo exigidos, assim como a proibição de eventos que gerem aglomerações.
A reabertura acontece em meio ao avanço da variante Delta no país e a críticas de especialistas de que a pandemia ainda não acabou. Chamada de “retomada segura” pelo governo do estado, o tema causa controvérsia inclusive dentro do grupo de cientistas que auxilia o governo paulista na gestão da pandemia.
São Paulo tem hoje 92% da população adulta vacinada com a primeira dose. Estudos mostram a importância da segunda dose para uma proteção eficaz contra o coronavírus – e apenas 29% da população do estado tem hoje o esquema vacinal completo. Além disso, há previsão de aumento de casos e internações em idosos, como já acontece em cidades como o Rio de Janeiro. A vacinação de adolescentes entre 12 e 17 anos em São Paulo deve começar a partir de quarta (18).
COMÉRCIO E SERVIÇOS
A liberação total está autorizada para todos os 645 municípios de São Paulo. Mas cada um pode decidir sobre a adesão à reaberturaia-noite.
Com a revogação da quarentena, passam a funcionar sem restrições: comércios e serviços como bares, lanchonetes e restaurantes; shoppings, galerias, lojas; academias de ginástica e clubes; salões de beleza, barbearias e clínicas de estética; museus, cinemas, teatros e shows com público sentado.
Eventos sociais, culturais e feiras corporativas: Ficam liberados, com controles de filas e espaços com demarcações e distanciamento social. No caso de casamentos, formaturas e jantares, por exemplo, são proibidas pistas de dança e deve haver distanciamento de ao menos um metro entre as mesas. Consumo de alimentos e bebidas é permitido apenas para convidados sentados.
Shows com público em pé, pistas de dança e torcidas em estádios: Ainda estão proibidos. A previsão é que esses eventos sejam autorizados a partir de 1º de novembro.
Supermercados, bancos, farmácias e postos de gasolina: Classificados como serviços essenciais, já tinham autorização de funcionamento em qualquer horário.
Parques: Já estavam liberados desde 1º de agosto. Cabe a cada unidade determinar seus horários de abertura e fechamento.
Circulação noturna: O chamado “toque de restrição” que valia das 23h às 5h foi suspenso em 1º de agosto em todo o estado.
Testagem: Testes de Covid entre participantes de eventos e festas não serão exigidos, mas o governo diz que eventos poderão ser multados caso sejam constatadas aglomerações.
Segundo a Secretaria de Saúde do estado, São Paulo registrou até segunda-feira (16) ao menos 4.170.541 casos de Covid, e 142.609 pessoas morreram em decorrência da doença.
INFECTOLOGISTA PEDE CAUTELA
André Giglio Bueno, professor Infectologista da PUC/Campiinas afirma que ainda é preciso cautela. “Cerca de 39% das amostras sequenciais do Estado de São Paulo no mês de julho correspondem à variante delta. São dados muito preocupantes, pois podemos vir a enfrentar situação semelhante a de outros países em algumas semanas”, destacou.
André Giglio Bueno, professor Infectologista da PUC/Campiinas afirma que ainda é preciso cautela. “Cerca de 39% das amostras sequenciais do Estado de São Paulo no mês de julho correspondem à variante delta. São dados muito preocupantes, pois podemos vir a enfrentar situação semelhante a de outros países em algumas semanas”, destacou.ampinas