Chance(2015-2017), da paulista Regina Parra, adquirida por meio do
programa de Patronos da Arte Contemporânea da Pinacoteca
A Pinacoteca de São Paulo, museu da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado, exibe ao público do museu, de16 de fevereiro a 17 de junho de 2019, pela primeira vez, quatro obras incorporadas recentemente à sua coleção. Com patrocínio da Água Ama, as obras deMarcius Galan, Débora Bolsoni,Regina ParraeMatheus Rocha Pittaocupam quatro salas (A, B, C e D) contíguas à exposição de longa duração no 2º andar da Pina Luz. Com curadoria do Núcleo de Pesquisa e Curadoria da Pinacoteca, o conjunto propõe um contraponto entre o histórico e o contemporâneo a partir do próprio acervo da instituição.
Na sala A, será apresentadaSeção diagonal (prisma fumê),2012, de autoria deMarcius Galan, que integra uma série de trabalhos nos quais o artista cria ilusões óticas a partir de intervenções em ambientes com linhas traçadas no espaço, combinadas a um jogo cromático e ao uso da luz como elemento pictórico. A obra, que foi adquirida pelo programa de Patronos da Arte Contemporânea do museu, dispõe de certa complexidade visual e estabelece um espaço ambíguo e instável, demandando uma inspeção cuidadosa por parte do espectador.
Na sala B, será expostaLição de mímese(2004-2006), de autoria da cariocaDébora Bolsoni, doada ao museu pelo Iguatemi no contexto da SP-Arte 2017. Considerado um trabalho crucial na trajetória da artista, é composto de várias lousas recortadas em diferentes formatos e emolduradas em madeira, à semelhança de espelhos. Esses espelhos que nada refletem, podem, no entanto, receber desenhos riscados com giz, o que traz à discussão o efeito mimético da arte e sua capacidade de duplicar a realidade.
JáChance(2015-2017), da paulistaRegina Parra, adquirida também por meio do programa de Patronos da Arte Contemporânea, chegou a ser instalada em meio à Mata Atlântica do Parque Laje e no Parque do Ibirapuera, e agora é exibida na sala C. O trabalho, o primeiro que o museu adquire da artista, traz a frase “A grande chance” em neon vermelho, e apresenta-se como um portal ambíguo podendo tanto ser interpretado como uma promessa quanto uma ameaça.
E, por fim, na sala D, o mineiroMatheus Rocha Pittaapresenta a instalação interativa composta de cubos de concretoPrimeira pedra(2015-2016), doada ao museu pelo próprio artista e pela galeria que o representa. Com tamanho ideal para acomodar-se em uma mão e dispostos no chão do espaço sobre folhas de jornal do dia anterior, os cubos são oferecidos ao público não por dinheiro, mas por uma outra pedra: para possui-los, o visitante deve sair do museu e trazer a primeira pedra que encontrar.
A obra radicaliza o conceito de múltiplo no qual cada peça poderá ser levada pelo visitante como obra para casa, afirmando-se, dessa forma, um vínculo entre o museu e a cidade por meio do gesto de cada indivíduo. Também serão exibidas quatro obras da sérieAcordo, que é constituída de lajes que trazem um arquivo de fotografias recortadas de jornais, retratando pessoas performando acordos – gestos como apertos de mão, abraços, beijos.
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