Saúde confirma caso de febre amarela em São João

O Setor de Vigilância Epidemiológica do Departamento Municipal de Saúde confirmou nestaquarta-feira, dia 28, a ocorrência de um caso de febre amarela em São João da Boa Vista. A doença foi contraída na região do Sítio Pedra Branca (Estrada São João – Vargem), zona rural do município, por uma mulher de 40 anos, residente em Lindoia, mas que visita São João com frequência. Segundo o Departamento de Saúde, após período de internação, em Campinas, a paciente passa bem e está fora de perigo.

A Vigilância Epidemiológica e o Centro de Controle de Zoonoses já promovem varredura na região afetada, em busca de macacos mortos, e organizam um plano de trabalho visando intensificar a vacinação. Entre as medidas, o Departamento de Saúde aumentará a oferta de vacina contra a febre amarela em toda a rede. Durante o mêsde março, o atendimento nas 13 unidades de Saúde, às segundas-feiras, será até às 19 horas.

A Unidade de Saúde do Jardim Maestro Mourão, por conta da proximidade com a área em que foi registrado o primeiro caso da doença, adotará o horário diferenciado, das 7h às 19h, de 5 a9 de março.

Com isso, a Prefeitura espera aumentar a cobertura vacinal no município, atualmente na faixa de 43% da população, o equivalente a 38 mil pessoas imunizadas contra a febre amarela.

TRANSMISSÃO

O vírus da febre amarela é transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados. A doença não é passada de pessoa a pessoa. A vacina é a principal ferramenta de prevenção e controle da doença. Há dois diferentes ciclos epidemiológicos de transmissão, o silvestre e o urbano. Mas a doença tem as mesmas características nos dois casos.

 No ciclo silvestre da febre amarela, os primatas não humanos (macacos) são os principais hospedeiros e amplificadores do vírus e os vetores são mosquitos com hábitos estritamente silvestres, sendo os gêneros HaemagoguseSabethesos mais importantes na América Latina. Nesse ciclo, o homem participa como um hospedeiro acidental ao adentrar áreas de mata. No ciclo urbano, o homem é o único hospedeiro com importância epidemiológica e a transmissão ocorre a partir de vetores urbanos (Aedes aegypti) infectados.

É importante informar que o ciclo da doença atualmente é silvestre, com transmissão por meio de vetor (mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes no ambiente silvestre). O último caso de febre amarela urbana foi registrado noBrasil em 1942, e todos os casos confirmados desde então decorrem do ciclo silvestre de transmissão.

A pessoa apresenta os sintomas iniciais3 a 6 diasapós ter sido infectada.

SINTOMAS

Os sintomas iniciais da febre amarela incluem o início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. A maioria das pessoas melhora após estes sintomas iniciais. No entanto, cerca de 15% apresentam um breve período de horas a um dia sem sintomas e, então, desenvolvem uma forma mais grave da doença. Em casos graves, a pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos), hemorragia (especialmente a partir do trato gastrointestinal) e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos. Cerca de 20% a 50% das pessoas que desenvolvem doença grave podem morrer.

Depois de identificar alguns desses sintomas, procure um médico na unidade de saúde mais próxima e informe sobre qualquer viagem para áreas de risco nos 15 dias anteriores ao início dos sintomas, e se você observou mortandade de macacos próximo aos lugares que você visitou. Informe, ainda, se você tomou a vacina contra a febre amarela, e a data.

PREVENÇÃO

O Sistema Único de Saúde oferta vacina contra febre amarela para a população. Desde abril de 2017, o Brasil adota o esquema vacinal de apenas uma dose durante toda a vida, medida que está de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS). Toda pessoa que reside em Áreas com Recomendação da Vacina contra febre amarela e pessoas que vão viajar para essas áreas deve se imunizar. O Ministério da Saúde estuda ampliar a vacinação contra febre amarela para todo o país ainda neste ano devido à circulação do vírus em novas áreas.