Gazeta de São João

POVO NÃO TEM CARA DE PALHAÇO

Na foto o cidadão Marcos Ciacco na Tribuna do Legislativo (Foto Câmara Municipal)

Sessão da Câmara Municipal na noite de ontem, 28 de março, foi realizada mais uma reunião dos vereadores. No plenário presente os 15 vereadores: 10 que apoiam os atos da prefeita e 5 do bloco da oposição, mas que votaram pela aprovação do aumento do IPTU.

E no auditório a presença mais uma vez foi marcada pelo grupo que discorda do IPTU e há mais de um mês vem pedindo aos vereadores uma discussão aberta e uma solução para amenizar o aumento abusivo que em muitos casos chega a mais de 400%. Apesar dos argumentos, dos discursos, dos apelos, o bloco da prefeita não oferece uma abertura para uma discussão clara sobre os mecanismos que possibilitaram um aumento penoso para a maioria da população.

O motivo? Além da fidelidade à prefeita? Talvez nem eles saibam exatamente como todas as mudanças e cálculos foram feitos. Isso fica demonstrado claramente quando a justificativa é sempre a mesma e uma só: precisava ser feito a atualização da planta genérica que a administração passada deixou de fazer.

Mas como isso foi feito, os índices de cálculo, talvez nem saibam explicar. Afinal receberam o documento enviado pela prefeita e votaram em regime de urgência. A toque de caixa, como se diz popularmente. E ainda o presidente do Legislativo registrou os votos de forma errada, não nominou quem votou a favor ou contra. A pressa para votar? Semanas depois o presidente Rui Nova Onda precisou retificar a ata com a votação correta. Assim são duas atas que registram quem votou a favor ou contra ao IPTU e em datas diferentes.

E na noite de ontem o cidadão Marcos Ciacco ocupou a tribuna da Câmara para falar em nome da população descontente sobre o aumento do IPTU. Com tempo reduzido, ele tocou no assunto da forma de cálculo confusa, sem precisão, sem lógica matemática, etc. e desafiou os vereadores numa estória.

Disse que em ocasiões culturais, o uso de óculos especiais é utilizado para que a perspectiva do filme, exposição, sejam vivenciados de forma diferente ou mais real.

E ressaltou o desdém dos vereadores para com a população, pois usam estes óculos para olhar para população, e o que enxergam é um ´bando´ de palhaços. E a população olha para eles e só ver deboche.

E fez o desafio: que tirassem os óculos e olhassem para a população presente no auditório.

E perguntou se viam palhaços ali. O auditório respondeu: NÃO. E os vereadores não tiveram qualquer reação.

E ao se despedir da Tribuna ainda apontou o público e fez mais uma indagação aos vereadores: “Alguém vai querer olhar para nossos palhaços?”