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A Dignidade não tem preço – afirmam palestinos diante da decisão de Trump


A frase "a dignidade não tem preço'' marcou nesta segunda-feira (3) o início de curso escolar no centro docente Haifa em Beirute, capital do Líbano, em oposição à decisão do Presidente Donald Trump de cortar recursos financeiros destinados à Agência da ONU para Refugiados Palestinos no Oriente Médio (Urnwa). Era o início letivo para 66 escolas e 38 mil alunos palestinos a cargo da Urnwa no Líbano que enfrenta um grave deficit de 300 milhões de dólares.

Essa cifra deveria ser fornecida pelo governo norte-americano, porém Trump ordenou eliminá-la como parte das pressões para obrigar a negociações com Israel dentro de um plano chamado Acordo do Século.

Os palestinos repudiam essa atitude de Trump, porque tenta excluir o justo direito do povo palestino a possuir um Estado autônomo com Jerusalém como capital.

Mas a alegria, energia e desenvoltura das crianças e adolescentes palestinos em Haifa, de alguma maneira ajuda a esquecer as manobras de Washington, enquanto dispõem-se a continuar as aulas que os diretores da Urnwa asseguram que se manterão seja como for. A agência da ONU espera mais contribuições financeiras e convocou a comunidade internacional a cobrir o deficit causado pela medida de Washington.

Quase por unanimidade, a opinião pública internacional condena a decisão de Trump e pelo menos um aumento de contribuições permitiu o início do curso escolar, ainda que só seja suficiente até o fim do ano.

O representante da Urnwa no Líbano, Claudio Cordone, opina que investir em educação assegura um futuro estável às pessoas e ao país anfitrião dos refugiados, por ser chave na prevenção da violência. Para os serviços da agência da ONU no Líbano, acrescentou, exacerbará tensões nos acampamentos de refugiados e exercerá um impacto muito negativo para o Oriente Médio.

Igual avaliação expressou Wajika Asmad, professora em Haifa, ao considerar que, sem escolas, os alunos irão para as ruas e se perderão para sempre.