Foto Marcos Corrêa/PR
Imprensa internacional disse que caso de cocaína em avião é 'constrangimento' para Bolsonaro
Para o jornal francês Le Monde, Bolsonaro foi “abalado” com o caso do “Aerococa”. A reportagem é a segunda mais lida no site do periódico. Com o subtítulo “Bolsonarcos”, o jornal reporta: “Envergonhado, o presidente brasileiro, ex-membro do batalhão de paraquedistas do Rio de Janeiro, tentou salvar a imagem do exército, que ficou arranhada por uma potencial ovelha negra. 'As Forças Armadas representam um contingente de quase 300 mil homens e mulheres treinados de acordo com os princípios mais íntegros princípios da ética da e moralidade', escreveu ele no Twitter, prometendo, se o envolvimento do militar fosse comprovado, que ele seria ‘julgado de acordo com a lei’.”.
“Pó branco, rostos vermelhos” é como o jornal norte-americanoThe New York Times titulou sua reportagem sobre o assunto. “O presidente Jair Bolsonaro, do Brasil, prometeu perseguir traficantes de droga implacavelmente. Por isso, ele foi duramente pressionado para explicar como um avião presidencial acabou carregando 39 quilos de cocaína através do Atlântico durante uma viagem oficial”, reporta o periódico.
O jornal britânico Financial Times fez uma brincadeira no título – “Cocain in Spain puts Bolsonaro under strain” (“Cocaína na Espanha coloca Bolsonaro sob pressão”), em referência a uma cena do filme “Minha Bela Dama” (“My Fair Lady”), de George Cukor. “A Polícia Nacional da Espanha prendeu um membro da equipe da Força Aérea Brasileira após oficiais de alfândega descobrirem cocaína durante uma parada em Sevilha, um constrangimento internacional para Jair Bolsonaro, o presidente brasileiro da lei e da ordem”, diz o texto.
O argentino Página/12, ironicamente, disse se tratar de um caso de “excesso de bagagem”, e disse, desta vez sério, que a apreensão é “um novo papelão internacional do presidente do Brasil”. “Com só seis meses no poder, o ex-capitão possivelmente é um dos líderes com pior imagem internacional entre os que se reunirão no encontro japonês [Bolsonaro está em Osaka, no Japão, para participar da reunião do G20]. Em maio, se viu obrigado a suspender uma visita agendada a Nova York para evitar o escárnio de ser consideradopersona non gratapelo prefeito da cidade, Bill de Blasio, pré-candidato presidencial do Partido Democrata, e evitar as manifestações convocadas pelo movimento LGBT e grupos ambientalistas”, diz.
O britânico The Independent também noticiou a apreensão. "Ele é o controverso presidente brasileiro que prometeu zero tolerância com o difuso comércio de drogas do país - mas parece que Jair Bolsonaro vai ter que começar com sua própria equipe", afirmou.