Quase quatro meses após o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do seu motorista Anderson Gomes, há mais dúvidas do que conclusões por parte da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que ainda não concluiu o inquérito sobre o caso que chocou o país. Esse cenário de incertezas levou a Anistia Internacional a pedir por uma comissão externa e independente para acompanhar as investigações do assassinato. A ONG internacional de direitos humanos questiona a falta de conclusões da investigação, mesmo com indícios graves sendo revelados pela imprensa nesse período, como o uso de munição de um lote roubado da Polícia Federal e que o modelo de submetralhadora utilizado na execução seria idêntico ao de um arsenal da própria Polícia Civil do Rio.
Na noite de 14 de março deste ano, o carro onde estava Marielle, Anderson e mais uma assessora sofreu uma emboscada no Centro do Rio de Janeiro, após a vereadora sair de uma reunião de mulheres negras. Marielle levou quatro tiros na cabeça, e Anderson três balas nas costas. Os dois morreram no local. A assessora foi atingida por estilhaços e teve ferimentos leves. A execução da vereadora, que era uma liderança de comunidades carentes do Rio e voz crítica aos excessos da Polícia, teve repercussão internacional.