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Anistia quer comissão independente no caso Marielle
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- Publicado em Sexta, 13 Julho 2018 13:45
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Quase quatro meses após o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do seu motorista Anderson Gomes, há mais dúvidas do que conclusões por parte da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que ainda não concluiu o inquérito sobre o caso que chocou o país. Esse cenário de incertezas levou a Anistia Internacional a pedir por uma comissão externa e independente para acompanhar as investigações do assassinato. A ONG internacional de direitos humanos questiona a falta de conclusões da investigação, mesmo com indícios graves sendo revelados pela imprensa nesse período, como o uso de munição de um lote roubado da Polícia Federal e que o modelo de submetralhadora utilizado na execução seria idêntico ao de um arsenal da própria Polícia Civil do Rio.
Nesse período, a Polícia Civil apenas divulgou que considera que o crime foi doloso, quando há a intenção de matar, descartando a possibilidade de tentativa de assalto.
"Após quatro meses sem solução, a credibilidade do sistema de justiça criminal está em xeque. Está claro que as instituições não têm credibilidade, eficácia, competência ou vontade de resolver o caso", afirmou a diretora de pesquisa da Anistia Internacional, Renata Neder, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
Na noite de 14 de março deste ano, o carro onde estava Marielle, Anderson e mais uma assessora sofreu uma emboscada no Centro do Rio de Janeiro, após a vereadora sair de uma reunião de mulheres negras. Marielle levou quatro tiros na cabeça, e Anderson três balas nas costas. Os dois morreram no local. A assessora foi atingida por estilhaços e teve ferimentos leves. A execução da vereadora, que era uma liderança de comunidades carentes do Rio e voz crítica aos excessos da Polícia, teve repercussão internacional.