Cultura
OSESP executa a Sinfonia Nº 7 de Anton Bruckner de forma impecável
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- Publicado em Terça, 04 Dezembro 2018 13:08
- Escrito por Tarcilio de Souza Barros
Anton Brruckner (1824-1896) é uma das personalidades mais estranhas da história na música. Como artista, foi mais "moderno" que sua época. Como homem, pertenceu à um mundo arcaico. Nasceu numa aldeia da Áustria Alta, região montanhosa e rústica, criou-se em um daqueles suntuosos mosteiros barrocos, Sankt Florian, que no meio de uma paisagem idílica ostentam as artes estupendas dos séculos XVII e século XVIII.
Foi paupérrimo mestre de escola em aldeia de sua terra, depois em idade avançada foi organista da Catedral de Linz. Mudou para a imperial Viena onde se dedicou a estudar contraponto.
Ouviu pela primeira vez, música de Wagner. Ficou entusiasmado, e começou a escrever sinfonias de sumo deslumbramento, tendo como fundo fé singela nos moldes religiosos. Sentia a presença de Deus em tudo que escreveu, fosse uma missa, fosse uma sinfonia.
OSESP em audição inspirada executou na elegante sala São Paulo a Sinfonia nº 7 em mi maior (1883) obra essa de estilo colossal, de dimensões enormes, de crescente habilidade técnica no emprego de recursos orquestrais. Ouvindo o segundo movimento Adágio completado quando Bruckner já tinha recebido a notícia da morte de Wagner: conclui-se ser elegia, canto sacro e hino.
O terceiro movimento Scherzo se inicia com uma melopeia suave, para em seguida os instrumentos de sopro exporem tremenda força rítmica e dinâmica, divergindo dos dois movimentos anteriores. O Finale, de inicio discreto vai num crescendo para chegar à um final apoteótico.
OSESP foi regida por Giancarlo Guerrero (foto) nascido na Nicarágua cresceu na Costa Rica e estudou na Baylor University, rege sem a clássica batuta ao modo de Valery Gergiev, com as mãos. Sua condução frente ao corpo musical foi impecável por força de uma leitura da partitura levada à perfeição musical.
Como só acontece no princípio suas Sinfonias não foram aceitas pelo público; entretanto nos dias atuais são peças musicais requisitadas pelas grandes orquestras e reputadas como obras de envergadura musical.
Bruckner escreveu nove Sinfonias, a última a nona (1896) ficou incompleta, é um epílogo triste, mas não desolado, de um homem seguro de sua salvação.
OSESP em audição fulgurante com destaque para instrumentos de sopros, seguidos das
cordas, expôs seu nível musical idêntica ás grandes orquestras internacionais.
Intensa ovação e aplausos prolongados do público finalizaram a magnífica performance musical.
Serviço:
OSESP - Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo
Audição realizada na sala São Paulo sob auspícios da Fundação OSESP
Compositor Anton Bruckner
Regente: Giancarlo Guerrero
Sinfonia nº 7 em mi maior