Cultura
“Os Guardas do Taj” estréia em São Paulo
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- Publicado em Segunda, 21 Janeiro 2019 15:19
- Escrito por Tarcilio de Souza Barros
Na primeira luz matinal surge o esplendor do Palácio do Taj Mahal representando o poder do império hindu. Dois guardas dão sentinela para o glorioso templo que abriga os restos mortais da esposa do imperador hindu, e da esposa do arquiteto muçulmano construtor dessa obra de arte.
Esta manhã vem trazer para os dois guardas Babur (Ricardo Tozzi), e Humayun (Reynaldo Giannecchini), amigos de longa data, uma crise existencial que abalará sua fé no império e nos homens.
Os guardas do Taj designados para proteger o palácio retrata dois homens comuns que se deparam com a beleza imensurável do Taj e ao mesmo tempo são varridos pela carnificina, e pela injustiça que cerca uma das maiores maravilhas do mundo. Ação da história se passa em 1648.
Os dois soldados imperiais estão de costas proibidos de volver os olhos para o templo, e não lhes é permitido virar a cabeça para contemplar o esplendor da edificação. Um deles Babur está cheio de curiosidades, o outro Humayan é pura ortodoxia obediente.
Amigos desde a infância agora se confrontam diante das regras estabelecidas, e da maneira que cada um vê a sociedade. São proibidos de olhar para o esplendor do Taj Mahal o que faz questionar os conceitos como amizade, beleza e lealdade.
Direção impecável de Rafael Primot e João Fonseca com segura marcação, perfeito posicionamento dos atores em cena, criam uma encenação primorosa. Dicção dos personagens ecoam de forma legível favorecendo o entendimento do texto do autor indiano. Deduz se encontrarem os atores numa representação cênica difícil, por exigir equilíbrio físico e mental baseado na história. O personagem Hayuman subserviente às ordens, regras, regulamentos exarados pelo imperador cumpre a missão de cortar as mãos de Babur seu melhor amigo, por este ter infringido a lei. Cegueira momentânea de Hayuman simboliza se encontrar fanatizado frente ao poder imperial, quanto à Babur este vê a vã crueldade das leis do estado hinduísta apegado à ideais arcaicos.
Sustenta o espetáculo bom cenário de autoria de Marco Lima, figurinos à cargo de Fabio Namatame, e iluminação incidental de Davi Sanches.
Serviço ao leitor:
Os Guardas do Taj
Texto: Rajiv Joseph
Dir. Rafael Primot e João Fonseca
Onde: Teatro Sérgio Cardoso, Rua Rui Barbosa, 153, Bela Vista, 835 lug.
Hor.: Sexta e Sáb. às 20h./dom. às 18h.
Duração: 75 min. - Drama
Avaliação: Excelente
Até: 20/02