Seg08182025

Last update10:44:48 AM

Back Você está aqui: Home :: Mais +++ Artigos HOMENS E PLANETAS: A GÊNESE E APOCALÍPSE PELA INSPIRAÇÃO POÉTICA

Artigos

HOMENS E PLANETAS: A GÊNESE E APOCALÍPSE PELA INSPIRAÇÃO POÉTICA

 

No princípio eram apenas essências, fluidos que vagavam pelo espaço infinito, mas atuou o destino do acaso e da colisão surgiu o encontro que produziu um novo ser, um produto composto das duas essências que antes existiam apenas como unitárias.

Assim onde antes se supunha ser o nada, onde havia a impressão de ser apenas vácuo, criou-se algo, de início muito confuso, difícil de visualizar, já que ainda não haviam surgido as cores puras.

Havia um mesclar contínuo, belo, porém indefinido, foi na organização natural que surgiram os tons, por definirem-se passaram a constituir uma idéia de forma constituindo a partir disto uma imagem. Antes meros agregados de energias, pouco a pouco foram ficando densos definindo as linhas de um corpo.

Este que de início era muito simples foi com o passar do tempo tornando-se cada vez mais complexo. Na origem desta complexidade havia uma polarização embrionária, se duas vertentes que atraiam. E foi assim que o antes ilimitado passou a ganhar fronteiras, escravizando-se aos limites da forma.

O tempo passou, cresceu cada vez em maior grau  a densidade. O antes etéreo foi ganhando solidez. Neste processo de solidificação a essência original foi ficando perdida no longínquo passado. E foi assim que a matéria que era apenas conseqüência tornou-se o objetivo, esquecendo-se a sua causa.

Invertido o impulso evolutivo criou-se o apego e sua filha a posse, de pequenos grupos a grandes sociedades. Generalizou-se o conflito competitivo, se criou imensas muralhas entre a sua origem comum e os seres. Originários do mesmo nascimento se escravizaram nas individualidades, se esqueceram dos laços coletivos.

Hoje o que antes era proximidade natural tornou-se imensa distância, um espaço intransponível. O mundo externo preponderou de forma esmagadora sobre o mundo interior que vinculava os seres. Nas noites da história humana, criaram as grandes mistificações, engendraram os profundos enganos.

Na ignorância que é mãe da brutalidade e da agressividade retalharam a herança original pela força. E criaram à causa das guerras, a semente que gerou os destinos dos contínuos confrontos. É uma corrida pelas armas, é o poder da capacidade de destruir em confronto ao construir da origem.

Descobriram as forças que integram a matéria, para gerar o seu rompimento perverso visando à desintegração. Arrogantes descobridores das tecnologias que já existem desde o princípio do universo,

Tocam nos limiares da criação divina como grosseiros invasores, piratas e saqueadores do alheio. Orgulhosos e vaidosos da própria estupidez imagem semideuses a brincarem com o que não dominam.

É neste iludir sem fim que logo a distância entre planetas será inferior a existente entre dois homens. É no seu ímpeto de dividir, no seu instinto de individualizar, que surgiram infinitos os pontos de vistas. Sem critérios, senão a conveniência e o interesse construíram  impérios de meias verdades, reinados de mentiras.

E assim será, pois nos princípios de causa e efeito: começo, meio e fim, existiram até esgotarem-se. De modo que dia haverá que o dividir atingirá o seu limite e se contraporá a força matriz que agrega. E deste confronto surgirá o impulso diretor que há de levar a destruição ou ao construir, eliminando as virtuais contradições da efemeridade, prevalecendo à harmonia da eternidade. 

30/04/1984