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Sobreviventes de massacre lideram campanha antiarmas nos EUA


   (Reuters/J. Drake)

Estudantes sobreviventes do massacre na escola secundária de Parkland, no estado americano da Flórida, onde na semana passada um ex-aluno matou 17 pessoas a tiros, esperam se tornar o rosto do movimento pelo controle de armas. Em entrevistas às emissorasNBC eCNN, estudantes anunciaram a realização de uma marcha nacional e um acampamento em Washington para exigir um maior controle no acesso a armas. A marcha está sendo difundida pela internet por meio do movimento Never Again (nunca mais).

Vários estudantes criticaram o presidente dos EUA, Donald Trump, cuja eleição foi fortemente apoiada pela Associação Nacional do Rifle (NRA), que capitaneia o lobby armamentista, e teve uma plataforma que se opõe ao controle de armas. O direito de posse de arma de fogo é protegido pela Segunda Emenda da Constituição.

Um dos estudantes da escola da Florida acusou Trump de fomentar uma divisão entre os americanos sobre a questão do controle de venda e posse de armas.

"Você é o presidente. A sua função é manter o país unido e não dividir as pessoas", disse David Hogg, de 17 anos, ao programaMeet the Press, da NBC. "Como se atreve? As crianças estão morrendo, e o sangue delas está em suas mãos. Por favor, é preciso agir", acrescentou.

Emma González, estudante sobrevivente do ataque, deu um discurso acalorado num protesto realizado no domingo e mencionou os 30 milhões de dólares em despesas da NRA para a campanha presidencial de Trump. González citou Trump, o senador da Flórida, Marco Rubio, além do governador do estado, Rick Scott – todos republicanos – num aviso aos políticos apoiados pela NRA. "Agora é a hora de se colocarem do lado certo, porque isso não é algo que vamos deixar varrer debaixo do tapete", avisou González.

A marcha e o início do acampamento em Washington estão agendados para 24 de março.

O  jovem Nikolas Cruz matou a tiros 14 estudantes e três professores na escola secundária de Parkland com um fuzil de assalto AR-15, além de ferir outras 14 pessoas. Cruz, um jovem órfão com poucos amigos, obcecado por armas e que se gabava por matar animais, havia sido expulso da escola no ano passado por problemas disciplinares.