Mundo
Nacionalistas ucranianos capturam brasileiro e o exibem pelas ruas
- Detalhes
- Publicado em Sábado, 05 Maio 2018 11:55
- Escrito por administrador
Reprodução/RF.
Um grupo de ultranacionalistas ucranianos capturou nesta sexta-feira em um mosteiro em Kiev o brasileiro Rafael Lusvarghi, que combateu nas fileiras dos rebeldes pró-Russia no leste da Ucrânia.
Lusvarghi, de 33 anos, foi levado pelos integrantes de grupos radicais vinculados ao temido Batalhão Azov até a sede do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), e o obrigaram a pedir ao presidente russo Vladmir Putin, que o trocasse por soldados ucranianos em poder dos separatistas pró-Rússia. Os nacionalistas conduziram o brasileiro pelas ruas de Kiev com as mãos amarradas nas costas, pediram energicamente explicações aos representantes do SBU pela libertação de um cidadão estrangeiro que tinha matado ucranianos. Em seguida levaram Lusvarghi ao interior do edificio onde foi interrogado, segundo a porta-voz do SBU, Elena Guitlianskaya.
Na noite de ontem, em nota, o Itamarati informou que a Embaixada do Brasil em Kiev está acompanhando os desdobramentos do caso e prestado toda assistência cabível. A nota diz ainda que a Embaixada certificou-se que Lusvarghi não está ferido e encontra-se em segurança.
Lusvarghi chegou em outubro de 2014 a região de Donestlk, onde alistou-a se como voluntário nas fileiras dos separatistas pró-Russia, mas se feriu no ano seguinte e deixou a zona de conflito. O brasileiro retornou ao Brasil em meados de 2016, mas voltou à Ucrânia no final desse mesmo ano, atraído por uma falsa oferta de trabalho. Na realidade o SBU tinha preparado uma armadilha e o prendeu logo após aterrissar no aeroporto de Borispol. Luvarghi foi condenado a 13 anos de prisão no primeiro processo dessa classe contra um estrangeiro. O motivo da condenação foi por participar de atividades terroristas contra o Estado Ucraniano, mas foi posto em liberdade no final do ano passado suspostamente por irregularidades processuais. Em seguida, aparentemente, o brasileiro decidiu refugiar-se em um mosteiro ortodoxo nos arredores de Kiev, ja que as autoridades requisitaram seu passaporte, razão pela qual não podia deixar o país.