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Ministra alemã da Agricultura ameaça suspender acordo UE-Mercosul

A ministra alemã da Agricultura, Julia Klöckner, ameaçou impor consequências ao Brasil em razão das queimadas na Floresta Amazônica, incluindo rever o apoio da Alemanha à ratificação do acordo entre a União Europeia (UE) e o Mercosul.

“O Brasil se comprometeu com o manejo florestal sustentável quando fechou o acordo com o Mercosul. Se o país não cumprir essa obrigação, não assistiremos a isso passivamente”, afirmou Klöckner em entrevista ao jornal alemão Die Welt publicada nesta quarta-feira (28/9).

A ministra lembrou que o acordo entre os blocos econômicos da Europa e da América do Sul possui um “capítulo de sustentabilidade com regulamentos obrigatórios”. “Se estes não forem cumpridos, as reduções alfandegárias acordadas não poderão existir”, alertou. “Trata-se também da nossa credibilidade.”

Klöckner disse ainda que conversará sobre a questão com a ministra brasileira da Agricultura, Tereza Cristina, durante sua visita à Alemanha. “Precisamos ajudar o Brasil e outros países a combater o desmatamento e a implementar uma produção agrícola sustentável”, afirmou.

O ministro alemão do Exterior, Heiko Maas, pediu ao Brasil que tome medidas mais vigorosas no combate às queimadas na Amazônia e ofereceu ajuda ao chanceler brasileiro, Ernesto Araújo. Em um encontro com diplomatas em Berlim, Maas também ressaltou que o Brasil deve ser lembrado das promessas feitas à UE durante a conclusão do acordo com o Mercosul, como a de proteger as florestas tropicais.

“Talvez não devêssemos ficar calados nestes dias atuais”, afirmou, referindo-se às declarações da França e da Irlanda a favor da suspensão do acordo comercial com os sul-americanos. As declarações de Klöckner e Maas podem sinalizar uma mudança no posicionamento do governo alemão em relação ao pacto de livre-comércio. Na semana passada, Berlim se pronunciou contra a suspensão do acordo.

“A não ratificação do acordo com o Mercosul não contribuirá para reduzir o desmatamento na Amazônia”, afirmou um porta-voz do governo alemão, mencionando o capítulo de regulamentos vinculativos para a proteção climática. Ele disse que, na visão da Alemanha, um boicote ao pacto não seria uma “resposta adequada” aos incêndios florestais no Brasil.

O tema também tem sido notícia nos veículos da imprensa alemã, que afirmam que o governo brasileiro não dedica esforços suficientes para combater as queimadas e questionam as ligações  do presidente Jair Bolsonaro com o agronegócio.

O acordo UE-Mercosul foi fechado em junho, à época da cúpula do G20 no Japão, após 20 anos de negociações. Os parlamentos de todos os países-membros do bloco europeu ainda precisam ratificar o pacto, mas os governos parecem divididos em relação à questão.

(As informações são daDeutsche Welle).

Nasa divulga fotos da primeira geleira islandesa declarada morta


Imagens de satélites capturadas pela NASA mostraram o chocante e gradual desaparecimento da enorme geleira islandesa Okjökull, nas últimas três décadas. A geleira, também conhecida como Ok, derreteu durante todo o século 20 e foi oficialmente declarada morta em 2014.

De acordo com a agência espacial norte americana, um mapa geológico de 1901 estimou que a Okcobria uma área de cerca de 38 km², enquanto que em 1978, imagens aéreas mostraram que a geleira media 3 km². Hoje, essa grande massa de neve abriga menos de 1 km² de gelo.

A diferença drástica na aparência da geleira pode ser vista na comparação das fotografias tiradas em 1986 e 2019. Na primeira foto, a Okjökull aparece como uma mancha branca sólida cobrindo uma enorme encosta de montanha, mas na segunda pode-se ver apenas um círculo de gelo no topo de um vulcão e algumas áreas geladas próximas.

Pesquisadores se reunirão no dia 18 de agosto no topo do vulcão Ok, no centro-oeste da Islândia, para colocar uma placa memorial com um severo alerta sobre a emergência climática.

"A Ok é a primeira geleira islandesa a perder o seu status de geleira. Nos próximos 200 anos, espera-se que todas as nossas geleiras sigam o mesmo caminho", lê-se, na placa intitulada Uma Carta para o Futuro.

A mensagem, datada de agosto de 2019 e acompanhada da taxa dos atuais níveis de dióxido de carbono emitidos na atmosfera, continua afirmando que "com este monumento reconhecemos que sabemos o que está acontecendo e o que precisa ser feito", complementando que "só no futuro saberemos se o fizemos".

Conversas vazadas mostram que Presidente do Paraguai sabia sobre acordo secreto de Itaipu

CorteIDH

O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, sabia das negociações do acordo firmado com o Brasil sobre Itaipu e ainda pediu para que não se "polemizasse" sobre o texto e se "guardasse silêncio". A informação consta de uma série de mensagens de WhatsApp vazadas e reveladas nesta terça-feira (06/08) pelo jornal paraguaio ABC Color, e aumenta a temperatura da crise política no país. Nas mensagens, trocadas entre Abdo e Pedro Ferreira, então presidente da Ande (Administração Nacional de Eletricidade), aponta-se que o governo brasileiro pressionava para o cumprimento do acordo, assinado em maio e tornado público somente há duas semanas. O documento previa elevar os custos para a empresa paraguaia em mais de 200 milhões de dólares.

Os termos da ata levaram à renúncia do então ministro das Relações Exteriores, Luis Castiglioni, e do embaixador paraguaio no Brasil, Hugo Saguier. Importantes funcionários do setor de energia do país vizinho também pediram demissão do cargo: o titular paraguaio da usina hidrelétrica de Itaipu, José Roberto Alderete, e o atual presidente da Ande, Alcides Jiménez, que havia assumido o cargo poucos dias antes com a renúncia de seu antecessor (Ferreira), também por discordâncias em relação ao pacto.

Em entrevista nesta manhã, Abdo disse, no entanto, que não sabia o que estava na ata. “Não sabia o quanto havia na ata e nem sobre o que estava se tratando. Quando começa a polêmica, pedi ao chanceler que viesse, nos reunimos no domingo, e ali, pela primeira vez, pedi que viessem todos aqui e os disse: ‘Expliquem-me o que acontece nesta ata’. É aí quando começo a avaliar ponto a ponto”, disse.

Antes mesmo da reportagem doABC Color, o Partido Liberal Radical Autêntico (PRLA) havia confirmado na segunda (05/08) que as legendas de oposição apresentariam um novo pedido de impeachment contra Mario Abdo. O pedido incluirá não só o presidente, mas também o vice-presidente, Hugo Velázquez, e o ministro da Fazendo, Benigno López.

Nesta terça, diante das revelações doABC Color, o presidente do Congresso, senador Blas Llano, disse que o “juízo político” - em outras palavras, o impeachment de Abdo - deve ser tratado “o quanto antes”.

Mais de 100 migrantes desaparecem após naufrágio na Líbia

Foto: Lusa/EPA/MOAS.EU/Arquivo/Direitos Reservados

 

Por Deutsche Welle (agência pública da Alemanha)  Berlim

Mais de 100 migrantes, incluindo mulheres e crianças, desapareceram após o naufrágio ontem (25) de uma embarcação na costa da Líbia, na pior tragédia no Mar Mediterrâneo deste ano, informou a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).

A embarcação tinha partido da cidade líbia de Al Khoms, a 120 quilômetros de Trípoli com destino à Europa. "Estimamos que 150 migrantes estejam potencialmente desaparecidos e morreram no mar. Entre os mortos há mulheres e crianças", afirmou o porta-voz do Acnur, Charlie Yaxley, acrescentando que para cada seis pessoas que chegam à Europa, uma morre no caminho.

Segundo a agência da Organização das Nações Unidas (ONU), 145 pessoas foram resgatadas pela Guarda Costeira da Líbia e levadas outra vez ao país, onde receberam ajuda médica e humanitária da organização. Os sobreviventes relataram que havia ainda cerca de 150 pessoas desaparecidas.

O Comitê Internacional de Resgate disse que a tragédia é um duro lembrete para a crise humanitária que atinge a Líbia e para a necessidade da retomada de missões de busca e salvamento no Mediterrâneo.

De acordo com o último relatório da Organização Internacional para as Migrações, 426 pessoas morreram no mar neste ano tentando chegar à Europa e outras 3.750 foram transferidas a centros de detenção na Líbia.

Após a revolta que derrubou o ditador de longa data Muammar Kadafi em 2011, a Líbia se tornou uma das principais portas de saída da África para migrantes que buscam uma vida melhor na Europa. Traficantes e grupos armados têm explorado o caos no país e são acusados por diversos abusos praticados contra migrantes, como tortura e rapto para obter resgate.

O diretor para a Líbia do Comitê Internacional de Resgate, Thomas Garofalo, pediu para que migrantes capturados no mar não sejam enviados novamente ao país.

No início desta semana, a guarda costeira líbia interceptou mais de 30 pessoas e as levou para um centro de migrantes próximo a Trípoli, onde um bombardeio no início do mês deixou mais de 50 mortos. Cerca de 200 migrantes continuam detidos no local, que fica próximo a uma frente de batalha de grupos rivais que disputam o poder no país.

Boris Johnson toma posse como primeiro-ministro do Reino Unido


O novo líder do Partido Conservador, Boris Johnson, tomou posse nesta quarta-feira (24/07) como primeiro-ministro do Reino Unido, substituindo Theresa May. Ex-secretário das Relações Exteriores (2016-2018) e ex-prefeito de Londres (2008-2016), Johnson tem 55 anos e assume o país com a tarefa de concluir o processo de saída da União Europeia, o chamado Brexit.

O líder conservador foi empossado formalmente pela rainha Elizabeth II, no Palácio de Buckingham, e se tornou o 14º primeiro-ministro de seu reinado. Após deixar o palácio, Johnson fez um pronunciamento em frente à residência oficial de Downing Street e prometeu fazer um acordo "novo e melhor" com a UE.

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Renúncia

Em seu último pronunciamento como chefe de governo, realizado na frente da residência de Downing Street e ao lado de seu marido, Philip, May afirmou que foi uma "grande honra" servir como premiê.

"Espero que cada jovem que tenha visto uma mulher como primeira-ministra agora tenha certeza de que não há limites para o que ela pode alcançar", declarou a ex-premiê, enviando também "calorosas felicitações" a Johnson.

May foi a segunda mulher a governar o Reino Unido, após a também conservadora Margaret Thatcher (1979-1990). Eleita premiê em julho de 2016, depois da renúncia de David Cameron por conta do plebiscito do Brexit, ela tinha como principal tarefa concluir o acordo para retirar o Reino Unido da UE. 

Irã anuncia prisão de 17 espiões da CIA

O Irã anunciou nesta segunda-feira (22) a prisão de 17 iranianos que estariam trabalhando como espiões para a CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos, e informou que alguns deles foram condenados à morte.

O chefe de espionagem do Ministério de Inteligência do Irã, cujo nome não é conhecido publicamente, disse que aqueles que “haviam colaborado consciente e deliberadamente” com a CIA foram entregues ao Poder Judiciário e condenados à morte ou a “longas” penas de prisão.

Alguns dos detidos, contudo, interagiram com a inteligência iraniana “com total honestidade e tiveram provado seu arrependimento”, segundo o chefe de espionagem, e foram então usados para obter informações dos EUA.

Numa declaração lida pela televisão estatal iraniana, o ministro da Inteligência disse que os 17 espiões foram presos durante o ano do calendário iraniano que terminou em março de 2019. “Os espiões identificados eram empregados em centros sensíveis e vitais”, disse o ministro, acrescentando que estes se encontravam nas áreas de economia, nuclear, infraestrutura, militar e cibernética. Os 17 presos não estariam em contato entre si, mas cada um se comunicava com um agente da CIA.

A CIA teria abordado os iranianos em conferências científicas realizadas na África, Ásia e Europa, ou através das redes sociais e da internet, prometendo-lhes dinheiro e vistos ou residência nos EUA, segundo as autoridades iranianas.

A notícia surge depois que o secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, Ali Shamjani, anunciou em 17 de junho que as autoridades iranianas haviam dado fim a uma rede de espionagem cibernética. Não foi informado se os 17 presos fariam parte dessa rede.

A rede tinha “um papel importante nas operações da CIA em diferentes países”, segundo Shamjani, que mencionou a cooperação com outros países e a prisão de vários espiões, mas sem oferecer detalhes.

Shamjani denunciou que os Estados Unidos têm uma longa história de ataques cibernéticos contra outros países, incluindo o Irã, mas assegurou que as autoridades de Teerã tomaram as medidas necessárias para se defenderem.

Acusações de espionagem são comuns entre Teerã e Washington, que mantêm um relacionamento à beira do conflito desde que no ano passado os EUA decidiram se retirar unilateralmente do acordo nuclear de 2015 e voltar a impor sanções econômicas ao Irã.

A tensão se espalhou para o Golfo Pérsico, onde nos últimos meses ocorreram vários ataques a navios, a destruição de drones e a captura, na última sexta-feira, de um petroleiro britânico pelo Irã.

As informações são daDeutsche Welle

Paraty e Ilha Grande recebem título de Patrimônio Mundial da UNESCO

Foto de Paraty de Tânia Rêgo/Agência Brasil

  

Unindo destaques culturais e ambientais em uma só candidatura, Paraty e Ilha Grande, no litoral sul do Rio de Janeiro, receberam na manhã desta sexta-feira o título de Patrimônio Cultural e Natural Mundial da Unesco.

A decisão foi tomada, em meio a aplausos e diante de uma delegação brasileira visivelmente emocionada, pelo Comitê do Patrimônio Mundial em sua 43ª reunião, que será realizada até o próximo dia 10 em Baku, capital do Azerbaijão.

A inscrição de Paraty na Lista de Patrimônio Mundial é de grande importância para o Brasil.  Trata-se de um sítio misto "que combina natureza e cultura de um modo excepcional e traz como conjunto elementos culturais herdados do período colonial com influências portuguesas, misturadas também com influências da África e dos indígenas brasileiros".

Paraty também se destaca pelas suas paisagens naturais com grande biodiversidade de espécies que só são encontradas nesta parte do mundo.

O sítio misto reconhecido pela Unesco é um conjunto de cinco lugares nos estados do Rio e de São Paulo que vão da Serra da Bocaina até o oceano Atlântico, abrangendo uma área de 204.634 hectares. Quatro destes lugares são áreas naturais protegidas.

O conjunto de bens naturais e culturais é formado pelo centro histórico de Paraty, o Parque Nacional da Serra da Bocaina, cujo principal ativo cultural é uma parte do Caminho do Ouro; o Parque Estadual de Ilha Grande, a Reserva Biológica Estadual Praia do Sul e Área de Proteção Ambiental de Cairuçu.

Nesta última está o complexo arqueológico de Paraty-Mirim, onde há dois assentamentos indígenas, dois territórios quilombolas, 30 comunidades caiçaras e mais de 30 comunidades rurais tradicionais.

Dentro desse mesmo sítio o Brasil incluiu também o Morro da Vila Velha, a pouco mais de 700 quilômetros de Paraty, uma espécie de testemunha de diferentes períodos de ocupação.

O Comitê do Patrimônio Mundial levou em conta na sua decisão os relatórios prévios do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS) e da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), ambos órgãos consultivos da Unesco e que já tinham aprovado a proposta brasileira.

Após a decisão do Comitê do Patrimônio Mundial, o Brasil passa a ter 22 lugares culturais e naturais inscritos na Lista do Patrimônio Mundial, sendo que Paraty e Ilha Grande são o primeiro sítio misto.

Dos mais de mil lugares de Patrimônio Mundial reconhecidos pela Unesco, apenas 39 são reconhecidos como mistos, dos quais oito correspondem agora à América Latina.

'Aerococa', vergonha e 'Bolsonarcos': como a imprensa internacional repercutiu a cocaína no avião da FAB

Foto Marcos Corrêa/PR


Imprensa internacional disse que caso de cocaína em avião é 'constrangimento' para Bolsonaro

A apreensão, na Espanha, de 39 kg de cocaína com um sargento que fazia parte da equipe avançada do presidente Jair Bolsonaro e que viajava no avião reserva da comitiva oficial ao Japão, foi destaque na imprensa internacional, que citou o constrangimento na equipe presidencial e os apelidos que o caso ganhou no Brasil. O presidente Bolsonaro estava em outro avião, que também seguia para Sevilha e teve seu pouso de reabastecimento programado para Lisboa após a revelação do caso.

Para o jornal francês Le Monde, Bolsonaro foi “abalado” com o caso do “Aerococa”. A reportagem é a segunda mais lida no site do periódico. Com o subtítulo “Bolsonarcos”, o jornal reporta: “Envergonhado, o presidente brasileiro, ex-membro do batalhão de paraquedistas do Rio de Janeiro, tentou salvar a imagem do exército, que ficou arranhada por uma potencial ovelha negra. 'As Forças Armadas representam um contingente de quase 300 mil homens e mulheres treinados de acordo com os princípios mais íntegros princípios da ética da e moralidade', escreveu ele no Twitter, prometendo, se o envolvimento do militar fosse comprovado, que ele seria ‘julgado de acordo com a lei’.”.

“Pó branco, rostos vermelhos” é como o jornal norte-americanoThe New York Times titulou sua reportagem sobre o assunto. “O presidente Jair Bolsonaro, do Brasil, prometeu perseguir traficantes de droga implacavelmente. Por isso, ele foi duramente pressionado para explicar como um avião presidencial acabou carregando 39 quilos de cocaína através do Atlântico durante uma viagem oficial”, reporta o periódico.

O jornal britânico Financial Times fez uma brincadeira no título – “Cocain in Spain puts Bolsonaro under strain” (“Cocaína na Espanha coloca Bolsonaro sob pressão”), em referência a uma cena do filme “Minha Bela Dama” (“My Fair Lady”), de George Cukor. “A Polícia Nacional da Espanha prendeu um membro da equipe da Força Aérea Brasileira após oficiais de alfândega descobrirem cocaína durante uma parada em Sevilha, um constrangimento internacional para Jair Bolsonaro, o presidente brasileiro da lei e da ordem”, diz o texto.

O argentino Página/12, ironicamente, disse se tratar de um caso de “excesso de bagagem”, e disse, desta vez sério, que a apreensão é “um novo papelão internacional do presidente do Brasil”. “Com só seis meses no poder, o ex-capitão possivelmente é um dos líderes com pior imagem internacional entre os que se reunirão no encontro japonês [Bolsonaro está em Osaka, no Japão, para participar da reunião do G20]. Em maio, se viu obrigado a suspender uma visita agendada a Nova York para evitar o escárnio de ser consideradopersona non gratapelo prefeito da cidade, Bill de Blasio, pré-candidato presidencial do Partido Democrata, e evitar as manifestações convocadas pelo movimento LGBT e grupos ambientalistas”, diz.

O britânico The Independent  também noticiou a apreensão. "Ele é o controverso presidente brasileiro que prometeu zero tolerância com o difuso comércio de drogas do país - mas parece que Jair Bolsonaro vai ter que começar com sua própria equipe", afirmou.

Revólver que matou Van Gogh é leiloado em Paris

Wilimedia Commons

A casa de leilões parisiense Drouot vendeu por 162 mil euros (cerca de 700 mil reais), nesta quarta-feira (19/06), a arma com a qual Vincent Van Gogh supostamente se suicidou em 27 de julho de 1890. A arma foi comprada por um colecionador particular em oferta telefônica. Considerada a "mais famosa arma da história da arte", o revólver Lefaucheux de calibre 7mm fora estimado inicialmente entre 40 mil e 60 mil euros.

A arma foi descoberta por um agricultor por volta de 1960, num campo perto de Auvers-sur-Oise, vilarejo ao norte de Paris onde o pintor holandês passou os últimos meses de sua vida.

A casa de leilões AuctionArt – Rémy Le Fur, que vendeu a arma através do Hôtel Druout, disse que, dificilmente, sua autenticidade pode ser absolutamente estabelecida e que só há certeza sobre o local em que foi encontrada. "Testes técnicos mostraram que ela foi usada e esteve enterrada por um período que se encaixaria com o ano de 1890", afirmou.

"Todas essas pistas dão crédito à teoria de que esta foi a arma usada no suicídio", afirmou a casa de leilões. Com essas conclusões, o revólver foi acolhido pelo Museu Van Gogh em Amsterdã, onde foi apresentado oficialmente pela primeira vez ao público na exposiçãoNos confins da loucura, a doença de Van Gogh, em meados de 2016.

O ARTISTA
Vincent Van Gogh morreu em 27 de julho de 1890. De acordo com a Druout, depois de uma estada de dois anos no sul de França, Van Gogh se instalou em Auvers-sur-Oise, em 20 de maio de 1890, a conselho do seu irmão Theo. O médico Paul Gachet, amigo de Camille Pissarro e de vários pintores impressionistas, cuidou do artista holandês, que teve frequentes crises psicológicas. Van Gogh, que alugava um quarto na estalagem de Arthur Ravoux, estava no auge da sua criatividade, pintando mais de um quadro por dia. Mas no final do mês de julho, sua saúde mental ficou cada vez mais abalada.

O pintor tomou a arma emprestada do dono da estalagem. Num domingo, em 27 de julho de 1890, Van Gogh foi passear no campo. Levantou a camisa e disparou sobre o peito com a arma que teria levado da estalagem. Van Gogh deixou escapar o revólver das suas mãos e desmaiou. Ferido, recuperou a consciência e regressou à estalagem. Apesar dos cuidados do médico Paul Gachet, Vincent Van Gogh morreu após 36 horas de agonia, na noite de 29 de julho de 1890.

A maioria dos historiadores da arte acredita que Van Gogh se matou. Essa suposição, no entanto, foi questionada nos últimos anos. Em 2011, investigadores americanos defenderam a tese de que o pintor não teria se suicidado, mas que teria ficado ferido por um tiro acidental disparado por dois meninos que brincavam com uma arma no campo.

Essa teoria ganhou novo apoio através de uma nova cinebiografia do artista holandês, estrelada por Willem Dafoe, No portal da eternidade (2018), na qual a arma dispara após os dois irmãos entrarem em conflito com o estranho boêmio.  A casa de leilões reconheceu que a arma também poderia ter sido escondida ou abandonada pelos dois garotos.